Na manhã da última quinta-feira, 29, os atiradores do Tiro de Guerra 02-038, sob o comando do Chefe de Instrução, 1º Sargento Juarez Machado Homem, realizaram uma marcha até a fazenda Tubaca, em São José do Rio Pardo. A atividade, além de integrar o treinamento militar do grupo, teve importante caráter histórico e educativo, com a visita a antigas trincheiras utilizadas por soldados paulistas durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

No local, ainda é possível ver escavações preservadas em um ponto elevado da fazenda, com visão estratégica para a antiga linha férrea que liga São José a Minas Gerais. Essas trincheiras, segundo historiadores, foram usadas por tropas paulistas para defesa e resistência às investidas de soldados federais. Além da área principal, onde ficavam os combatentes e os armamentos, foram identificadas valas que funcionavam como cozinha e banheiro de campanha.

Durante a visita, o professor Marcos De Martini contextualizou o conflito, abordando desde a Revolução de 1930 — que levou Getúlio Vargas ao poder — até os desdobramentos que culminaram na Revolução de 1932, também chamada de Guerra Paulista. A ofensiva começou em 9 de julho daquele ano e teve como objetivo principal a convocação de uma nova Assembleia Constituinte, em oposição ao governo provisório de Vargas.

De Martini também lembrou que o dia 9 de Julho tornou-se feriado estadual em São Paulo em 1997, por sanção do então governador Mário Covas, como forma de homenagear os combatentes constitucionalistas. Em São José do Rio Pardo, as marcas da guerra ainda estão presentes: o Museu Rio-pardense preserva peças militares da época, e em frente à Câmara Municipal há um busto dedicado ao Soldado Constitucionalista, com uma placa em homenagem aos sete rio-pardenses que perderam a vida nos combates.

A atividade de campo reforça a formação cívica e histórica dos jovens atiradores, conectando a instrução militar com o passado da cidade e do estado. As informações sobre os episódios locais da Revolução de 1932, bem como os registros dos combatentes da região, são constantemente enriquecidas pelos estudos do historiador Rodolpho Del Guerra, referência no tema.